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A Associação Brasileira de Supermercados, ABRAS, publicou recentemente em seu site, a mais recente pesquisa de perdas no varejo brasileiro.

A ABRAS está no mercado há mais de 53 anos e conta com o apoio de 27 associações estaduais de supermercados para realizar seu trabalho, que é representar o setor de supermercados visando levar conhecimento e progresso para a indústria.

Apuração da pesquisa

Contando com participação nacional, em sua maioria no sudeste brasileiro, a pesquisa contabilizou mais de 3 mil lojas e 228 empresas.
Empresas que possuem área de prevenção totalizaram 72%, o número mais alto desde 2015, e dentre os 28% que não possuem:

  • 2% não informaram
  • 26% não possuem recursos financeiros
  • 30% afirmam que o custo é alto para manter a área
  • 42% não justifica o investimento

Principais causas

As principais causas de perda no varejo foram definidas como:

  1. Quebra operacional – 48%
  2. furto externo – 16%
  3. Erros de inventário – 10%
  4. Erros administrativos – 10%
  5. Furto interno – 7%

O que são quebras operacionais? Qualquer tipo de condicionamento que diminui o valor comercial do produto e assim é retirado do estoque. Se caracterizam como mercadorias quebradas, vencidas e/ou estragadas, não sendo negociável com seu fornecedor.

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Produtos.

A pesquisa realizou uma divisão de perdas dos produtos em quantidade e valor. Confira abaixo:

Perdas por quantidade: refrigerantes, cervejas, cortes bovinos (exceto picanha), pilhas e baterias, chocolate em barra, queijos, desodorante, conservas e sabão em pó.

Perdas por valor: refrigerantes, cervejas, cortes bovinos (exceto picanha), pilhas e baterias, chocolates em barra, queijos, desodorantes, azeite e sabão em pó.

A lista se assemelha, sendo o azeite e conservas os únicos itens diferentes entre as duas divisões.

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Faturamento

O setor supermercadista registrou 1,79% de perdas sobre o faturamento bruto em 2020, o que representa aproximadamente um total estimado de R$ 7,6 bilhões. Dentre as perdas no faturamento bruto, 70% eram conhecidas, o que presume-se que podem ser evitadas.

É importante ressaltar que não somente supermercados fazem parte dessa porcentagem, mas outros formatos de loja, como: loja de conveniência, loja de vizinhança, supermercados convencionais, hipermercados e atacados. Todos esses afirmaram que a maioria das perdas foram de razões conhecidas, sendo o maior número a categoria hipermercados com 76%.

Região

Houve também uma divisão por região geográfica, para melhor compreensão dos resultados. Foi identificado maior perda nas seguintes categorias:

  • Sudeste: Rotisseria e comidas prontas 5,5%
  • Sul: FLV 7% (frutas, legumes e verduras)
  • Nordeste: Padaria e confeitaria 4%
  • Centro-Oeste: Rotisseria e comidas prontas
  • Norte: Congelados 7%

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Prevenção

A fim de monitorar as perdas e assim evitá-las, alguns recursos tecnológicos foram adotados à luz da prevenção. Os dez mais utilizados em 2020 foram:

  1. Coletor de dados, 92%
  2. CFTV (circuito fechado de televisão), 91%
  3. Alarme de acesso, 85%
  4. Coletor no recebimento, 82%
  5. Radiocomunicadores, 76%
  6. Software de acompanhamento de perdas, 71%
  7. Sistema especializado em inventário, 71%
  8. Solução de monitoramento de frente de caixa, 71%
  9. Central de monitoramento, 70%
  10. Cofre inteligente, 69%

Confira aqui o artigo completo sobre coletores de dados
Além de estratégias que visem prevenir as perdas no varejo, alguns programas auxiliam nessa missão, como reaproveitamento de produtos e doação de alimentos.

Dentre os 75% que fazem reaproveitamento de mercadorias, 80% é realizado através do rebaixamento de preço, enquanto os 53% que realizam doação de alimentos, 20% do processo é efetuado pelo Mesa Brasil e instituições privadas ou ONG’S.

Conclusão

A pesquisa da ABRAS traz à superfície um obstáculo real da indústria varejista, a perda de mercadorias, sendo elas perecíveis ou não. Observou-se estratégias, como recursos tecnológicos que podem ser utilizados a fim de prevenir os danos. Como 72% das empresas já possuem uma área de prevenção, o objetivo maior é atingir os 28% que ainda não a adotaram.

A diminuição da lucratividade do setor varejista é um reflexo das perdas, em sua maioria são quebras operacionais e essa pesquisa tem como objetivo esclarecer e oferecer dados que auxiliarão na prevenção de perdas e danos no varejo nacional.

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