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Em uma matéria publicada pela Folha de São Paulo em julho de 2021, um novo termo foi introduzido à discussão sobre a volta ao escritório, os ‘sem mesa’. A expressão revela uma nova dinâmica corporativa ante ao retorno às unidades empresariais após período de lockdown.

A era dos sem mesa simboliza a redução do espaço físico corporativo, assim como o rodízio de trabalhadores em modo presencial. Depois de longo período trabalhando de forma remota, muitas pessoas se inclinaram ao home office pela comodidade e abstenção do deslocamento físico; entretanto, despertou também a necessidade do contato social e interação das equipes.

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A cultura empresarial é diretamente dependente do relacionamento entre seus colaboradores, o que não é possível de ser concebido através das telas.

A partir daí, surge então a demanda de estabelecer um regime híbrido, no qual a forma remota e presencial estejam presentes, e que agregue produtividade com qualidade de vida .

Empresas de diversos setores como: C&A, Amaro, Mondelez, Positivo estão adotando medidas de redução de espaço físico, implementação de rodízio, realocação de outros espaços para coworking, além do prosseguimento do modelo híbrido.

O movimento dos ‘’sem mesa’’ se reconhece então como uma nova proposta de performance de trabalho que, embora recente, encoraja empresas a adotarem diferentes medidas que garantirão melhor rendimento e condições de trabalho aos seus colaboradores.

Não obstante, é crucial o questionamento sobre como esse movimento que propõe melhor qualidade de vida dentro de uma instituição será capaz de alcançar trabalhadores de outros setores que não possuem escritório e que, também foram afetados pela drástica mudança do ofício.

Os chamados deskless workforce, representam os profissionais que, na essência de suas tarefas, não utilizam mesas de trabalho. São eles os setores de agricultura, varejo, tele entrega, restaurantes dentre outros.

De acordo com o Emergence Capital, somente 1% dos recursos atribuídos à implementação de novas tecnologias são destinados aos trabalhadores sem mesa, promovendo assim uma performance de trabalho limitada.

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É fundamental estabelecer um comparativo entre os dois termos que, embora idênticos na escrita, se divergem na inclusão de diferentes tipos de trabalhadores.

Enquanto há um grupo de sem mesa por inclinação e privilégios empresariais, há também outros grupos que seguem vendendo sua mão de obra essencial, sem a utilização de mesas e defasados em recursos tecnológicos.

O retorno presencial ou híbrido, deve ser analisado com cautela a fim de garantir a segurança de todos, independentemente do setor.

É de caráter emergencial desenvolver um plano de ação que vise o suporte tecnológico para trabalhadores essenciais, assim como as empresas aqui mencionadas já estão estabelecendo. Indicadores laborais chave como a segurança, bem estar e produtividade devem ser priorizados pela empresa, a despeito de cargo e ou recursos.

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