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A pandemia do Covid-19 tem produzido mudanças significativas em todo setor de serviços. De acordo com o Ministério da Economia, o segmento fechou o ano com redução no número de trabalhadores. Em 2020, 132.584 vagas formais foram fechadas, os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

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Com o mercado de segurança privada não foi diferente. O setor vem apresentando quedas na demanda e consequentemente, declínio de contratações e vínculos ativos.

Mediante o fechamento de muitos postos de trabalho e o surgimento, cada dia mais rápido, de soluções tecnológicas que suprem a necessidade de profissionais em postos fixos e ostensivos, o setor vê-se em um momento de transição.

É verdade que o cenário pandêmico tenha desfavorecido a ampliação do setor, porém a situação também trouxe à luz questões latentes como: transformações necessárias nas leis vigentes, reforma tributária e regularização dos órgãos fiscalizadores.

Assim como a necessidade de cada vez mais investimentos em soluções tecnológicas que agreguem valor aos serviços diante de uma clientela cada vez mais exigente.

Segundo o artigo Segurança Privada e os reflexos da pandemia, de Jefferson Furlan Nazário (Presidente da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores, FENAVIST) com o intuito de reverter a crise atual, é imprescindível a aprovação do Estatuto da Segurança Privada pelo Congresso Nacional, pois irá viabilizar melhores direitos e garantias dos profissionais da área, além do piso salarial.

Ainda de acordo com Jefferson, alguns dos episódios, infelizmente fatais, ocorridos recentemente em shoppings e agências bancárias, demonstram de forma clara como a contratação irregular de empresas não legalizadas, sem o devido registro na Polícia Federal, pode ser prejudicial e problemático podendo causar graves incidentes.

Sendo assim, a regularização e maior fiscalização de instituições que oferecem serviços de segurança privada são essenciais para assegurar a competente e assertiva atuação no mercado.


Entretanto, há esperança no horizonte. Uma boa notícia para os setor é que em fevereiro de 2020 o Governo Federal determinou que as atividades de segurança pública e privada fossem qualificadas como serviços essenciais, através da Lei nº 13.979.

Um case comprobatório e que promove otimismo em relação ao potencial de crescimento do setor, foi o Grupo GPS (GGPS3), prestador de serviços em segurança, limpeza e administração de serviços, que se destacou na oferta pública inicial de ações, também conhecida como Initial Public Offering (IPO). A empresa totalizou um movimento de mais de 2 bilhões de reais, correspondendo a 84% da fatia das ações compradas por investidores pessoa física.

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Estreante: Grupo GPS tocou o sino da B3 nesta segunda-feira (Imagem: Divulgação/ B3)

Alguns fatores específicos possibilitaram a notória rentabilidade da companhia, foram eles: aumento do fluxo de novas contratações a partir de maio, representando expansão de 9,6% na receita líquida e reduções de algumas despesas e custos operacionais devido à pandemia.

Esta capitalização também possibilitou a aquisição de outras empresas, como: Loguis, Grupo Global, Grupo Vivante, Comau e Allis.

Movimentações como essa, no mercado financeiro, incentiva outras empresas do setor a investirem mais em seus processos, desenvolvendo novas metodologias e tecnologias com o intuito de se aprimorarem e trilharem o mesmo caminho de crescimento e valorização do negócio.

Diante disso, podemos afirmar que os próximos anos serão determinantes para uma retomada sustentável do mercado de segurança, transitando por ajustes significativos na legislação e investimentos relevantes em soluções tecnológicas específicas para o setor.

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