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Áreas classificadas são locais com provável formação ou existência de um ambiente com potencial de provocar explosões. Para isso, basta que no local existam produtos como gases ou líquidos inflamáveis, além de poeiras ou fibras combustíveis, que possam causar fenômenos de explosão.

Resumindo, áreas classificadas são locais onde é provável a ocorrência de uma atmosfera explosiva.

Já as atmosferas explosivas são aquelas nas quais pode haver a mistura de ar com substâncias inflamáveis (gases, vapores, névoas ou poeiras). Após a ignição, a combustão se propaga a toda mistura que não foi queimada. Assim, as áreas nas quais podem se formar atmosferas explosivas são classificadas em função da frequência e da duração das exposições. (Definições retiradas do blog da Amperi, empresa de soluções industriais)

De acordo com a norma NBR IEC 60079, dentro de uma mesma área classificada irão existir diferentes zonas de acordo com o seu potencial explosivo e com base na sua natureza, concentração, frequência, entre outros fatores.

As zonas são divididas em: 

  • Zona 0, Zona 1 e Zona 2 (para locais com gases e vapores inflamáveis ou combustíveis).
  • Zona 20, Zona 21, Zona 22 (para locais com poeiras inflamáveis ou combustíveis)

Para realizar a classificação dessas áreas assim como das zonas, deve existir um grupo multidisciplinar envolvendo todos os departamentos aplicáveis da planta (Segurança, Engenharia, Produção, Manutenção etc.) analisando detalhadamente as características dos materiais, processos, instalações, equipamentos, ambientes e demais pontos aplicáveis.

Isso ocorre porque as zonas das áreas classificadas são de fundamental importância para a implementação das medidas de prevenção de acidentes de trabalho. Essa identificação promove a segurança e a escolha adequada dos materiais elétricos, que devem ser resistentes, certificados e capazes de atender a demanda de cada zona.

Existem 2 razões para nos preocuparmos com as áreas classificadas:

  • A primeira é a responsabilidade perante a lei na realização de todas as regulamentações necessárias, a NR10 esclarece os requisitos e sanções aplicáveis às áreas classificadas.
  • A segunda são as vidas, famílias, empregos e comunidades que estão em jogo e serão afetadas caso algo ocorra. 

Dito isto, é importante estar por dentro de todos os métodos de proteção que são utilizados nessas áreas e suas características.

Métodos de proteção

Como já citado anteriormente, as áreas classificadas são protegidas de acordo com a identificação da sua classificação. Porém, existem 3 princípios de proteção que governam os métodos de proteção:

Segregação: Método que separa fisicamente as fontes potenciais de ignição (partes elétricas e superfícies quentes) da mistura explosiva.

Prevenção: Método que limita os efeitos térmicos e/ou elétricos de forma a não produzir energia suficiente para a ignição.

Contenção: Método que permite que a explosão ocorra, no entanto, a mesma é confinada dentro do invólucro.

Um dos principais métodos de proteção existentes é a segurança intrínseca (Ex i), que possuem uma eletrônica desenvolvida de tal forma que não gere energia suficiente, como pequenas faíscas, para que o ambiente entre em ignição ou não gere temperatura suficiente para que isso ocorra.

É muito importante conversar com o fabricante no qual está adquirindo o equipamento e ver se ele possui classificação EX (atmosfera explosiva), para indicar em qual tipo de área classificada este item está apto para ser instalado e/ou utilizado.

Aparelho robusto X  Intrinsecamente seguros

Algumas pessoas se confundem quanto a diferença desses dois tipos de aparelhos que são utilizados no meio industrial.

Como o próprio nome já diz, um equipamento robusto é aquele projetado e construído para suportar condições e eventos adversos em um ambiente de trabalho hostil.

A robustez é muito mais que apenas seu material externo, seu projeto e componentes internos também são muito importantes. Em seu desenvolvimento são realizados testes simulando situações reais de queda para medir a resistência.

Já equipamentos intrinsecamente seguros possuem um sistema interno com uma espécie de barreira para evitar qualquer tipo de faísca ou descarga elétrica interna, além de garantir que o equipamento não sobreaqueça, evitando o risco de se tornar uma fonte de ignição.

Eles garantem que seus dispositivos de força de trabalho serão seguros para uso em ambientes potencialmente explosivos.

Ideal para indústrias ou empresas do segmento de energia.

Em específico, quando falamos dos Smartphones e Tablets, estamos falando de equipamentos que utilizam o método de proteção “Segurança intrínseca” (Sigla é “Ex i”)

Tendo isso em vista é necessário saber que o uso de aparelhos e os métodos de proteção nessas áreas precisam seguir algumas regulamentações.

Regulamentações

Existem algumas normas regulamentadoras que informam as exigências legais sobre o assunto e oferecem diretrizes essenciais para a adoção de medidas de controle. Entre elas, podemos destacar a NR10 (Segurança em instalações e Serviços em Eletricidade). 

Ela diz que, os equipamentos destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto a sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação. (10.9.2)

E também a Portaria INMETRO Nº 115, de 21 de  março de 2022 que aprova os requisitos de avaliação da conformidade para equipamentos elétricos para atmosferas explosivas, com foco na segurança, através do mecanismo de certificação, visando proporcionar maior segurança para os trabalhadores, instalações e meio ambiente.

Além das diversas partes da NBR IEC 60079, que especificam os requisitos gerais para construção, ensaios e marcação de equipamentos “Ex” e componentes “Ex” destinados à utilização em atmosferas explosivas.

NRs não são leis, mas por força de lei elas são obrigatórias.

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